O assunto ganha cada vez mais espaço. Nos jornais, na internet, nas conversas em casa, no transporte público… Um dia está muito quente; no outro, muito frio ou, ainda, vivenciamos as duas situações em 24 horas. Literalmente, sentimos na pele os efeitos das mudanças climáticas, e isso ocorre em todo o planeta. Esse cenário mobiliza o mundo a discutir ações para combater esses eventos extremos na COP30 – a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, também chamada de Conferência das Partes. O evento ocorre desde 1995 e, neste ano, será realizado no Brasil, de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA).
Representantes de 190 países estarão na Amazônia para tratar de temas que envolvem a redução de emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas, o financiamento climático para países em desenvolvimento, as tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, a preservação de florestas e biodiversidade, a justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas.

A Amazônia abaixo das copas das árvores
Trazer essas discussões para o Brasil é uma oportunidade para o país reafirmar seu papel nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global, além de mostrar a Amazônia como ela realmente é. “É fundamental na Amazônia, porque aí as pessoas param de falar a partir de um comentário, de uma opinião, de um documentário, e vão entender a Amazônia de dentro da Amazônia”, disse o ministro das Cidades, Jader Filho, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro – no dia 21 de outubro deste ano.
Ele reforçou a importância de também discutir o tema urbano. “A gente precisa cuidar do nosso meio ambiente e também das nossas cidades. Levar recursos para poder fazer o financiamento do saneamento, levar bons empregos, boas escolas”, complementou.
A expectativa de Gerson Bruno dos Santos Oliveira, presidente da Associação dos Moradores da Vila da Barca, é justamente essa: “a gente precisa defender o meio ambiente, manter nossas áreas verdes; mas é preciso pensar na Amazônia abaixo da copa das árvores”, disse.
Cenário no Pará exige ação urgente
Em saneamento, o estado exige ação urgente: menos de 10% da população vive em locais com rede de esgoto tratado, 63% recebe água tratada em casa e as perdas de água na distribuição chegam a 50%. Na capital, Belém — sede da COP30 e símbolo dos desafios urbanos da região — apenas 15% da população tem acesso à rede de esgoto, enquanto 57% vive em áreas de ocupação precária, o que representa cerca de 745 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.
Diante dessa realidade, a Aegea, que venceu o leilão em 2025 para atuar em 126 municípios do Pará, antecipou o início das operações em Belém, Ananindeua e Marituba, as cidades mais populosas do estado, já em setembro de 2025. Será o maior investimento em saneamento já realizado na Amazônia Legal: estão previstos mais de R$ 18 bilhões de investimentos ao longo de 40 anos em 126 municípios do estado.
A COP e o saneamento
Não há como se pensar em tema urbano sem envolver o saneamento. Nem pensar em clima sem contemplar a água. Água e esgoto tratados têm relação direta com saúde e meio ambiente equilibrado.
É tão necessário falar sobre isso que Belém recebeu, em setembro, a Casa do Saneamento, um espaço para diálogo e inovação, com o foco em fortalecer as políticas públicas em saneamento, saúde e meio ambiente. A iniciativa é da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde).
Texto e fotos: Chris Reis
Fontes: COP | COP30 | Mudanças climáticas | Bom Dia, Ministro |