Água tratada é a água que foi retirada da natureza — como rios, represas ou poços — e passou por um processo completo de purificação, envolvendo etapas físicas, químicas e biológicas, com o objetivo de remover impurezas, resíduos e microrganismos que podem causar doenças. Esse tratamento é necessário porque, mesmo parecendo limpa, a água bruta (como é chamada antes de ser tratada) pode conter vírus, bactérias, parasitas, metais pesados e outras substâncias prejudiciais à saúde.
No Brasil, a qualidade da água potável é regulamentada pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021, que estabelece os padrões de potabilidade. Isso inclui limites seguros para características físicas (como cor e turbidez), químicas (como presença de flúor, cloro, metais pesados), microbiológicas (como coliformes fecais) e até radioativas. O objetivo é garantir que a água seja segura para o consumo humano em qualquer quantidade e ao longo da vida. Assim, a água tratada é sinônimo de água potável, desde que esteja dentro desses padrões estabelecidos pela legislação.
No Brasil, porém, a realidade ainda está longe do ideal: mais de 32 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada. Isso obriga muitas famílias a recorrerem a poços, cisternas, fontes improvisadas ou até água de chuva — muitas vezes contaminadas — aumentando o risco de doenças como cólera, febre tifóide, hepatite A, giardíase e diarreias agudas. Garantir o acesso universal à água tratada é uma questão de saúde pública, justiça social e dignidade humana.